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MIL LÉGUAS - o livro

 

 

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 Resíduos À janela onde moro em Barbacena, Minas. Contemplativo estou. Apreciação do noturno. Visão da rua deserta. Paisagem cosmopolita do “Jaime hoje” remetendo a flashes do “Jaime-ontem”. Carro ou outro passa, Poucos pedestres na rua, Limite nesse instante, desfragmenta-se. Divórcio litigioso não quer separar confunde por vezes O Real do Imaginário, Metamorfoseando poesia, nostálgica por sinal. Suave brisa que me acaricia. Suave brisa elevando-se, prece. Na prece, evocação silenciosa [ dos Resíduos... À janela onde moro em Barbacena, Minas. Indignado estou. Quadro morto dos devaneios da minha mente faz-me recordar de passagens coloridas da minha vida, e sem me dar por conta, Aquarelas renascem das cinzas da ave Fênix. As cinzas das lembranças. Aquarela presente nas lembranças. E usando azuis de diversas tonalidades deslumbro quase cego, no final do horizonte o fim do percurso de uma fase, uma fase que já vivi, a famosa belle époque. Pois já não é mais possível como outrora Içar as velas desse mesmo navio em busca de sonhos que eram sempre renovados a cada sorriso Pro meu remorso tudo o que sobrou Foram [Os Resíduos... À janela onde moro em Barbacena, Minas. Introspectivo estou. Inexplicável saudade toma conta de mim, fazendo com que, toda emoção venha à tona desejando a todo custo regressar no tempo. Dar um salto mortal, e mergulhar de cabeça para dentro das próprias ilusões. Saltimbanco trapalhão, De um circo triste, vazio. Tentativa frustrada “da máquina do tempo”. de voltar ao passado; Desculpar-se a pessoas; Resgatar família; rever amigos; concluir projetos pela metade. A “máquina do tempo” não quer perder seu tempo de reconstituir o vídeo-tape. Tudo que sobrou foram películas cinematográficas, com imagens distorcidas do “Jaime-ontem”. No projetor das lembranças Somente os flashes de alguns [ Resíduos.... À janela onde moro em Barbacena, Minas. Sentimental estou. Já não sou mais saltimbanco. Tento ser especialista em engenharia genética – “ – Conseguirei o Prêmio Nobel em tornar possível a simbiose do “Jaime-ontem” com o “Jaime-hoje” ? ". Não. Puro devaneio. Pura ilusão. Insisto no resgaste. Turista clandestino, agora sou. sem eira, nem beira, sem visto legal de passaporte invadindo o território da linha tênue é frágil das lembranças, mas barrado fui no check-in do aeroporto. O que continha nas malas – somente inocentes lembranças – nada de ilícito. Aventurei-me depois, equilibrista no trapézio mas como não havia rede de proteção, mergulhei de novo para dentro das próprias ilusões. Agora sou mitológico herói grego Hércules, filho de Zeus. Tenho força, sou taurino, dispenso trajes, armas de guerra. Evoco força divina, momento de aflição, força necessária para desmoronar as colunas do templo sagrado tentando libertar-se com brutal fúria de minhas algemas. Quem sabe assim me fica acessível libertar a criança que fui Mas o tempo passa tão depressa que fica difícil acreditar nisso tudo o que sobrou foram [ Os Resíduos... À janela onde moro em Barbacena, Minas Gerais. Esperançoso estou. De súbito essas imagens se apagam da minha mente Não posso mais pensar em tudo isso. Lembrança dos pais e das duas irmãs nas festas de aniversários de infância e adolescência. Lembrança da chegada do "herói-militar” - “Meu Pai” com farda da marinha contando as novidades de mais um dia de trabalho na época de Vaz Lobo. Saudade da música do cavaquinho e do violão do meu pai – na época de Vaz Lobo e Araruama. Saudade da figura bondosa também da “mãe” – entretida no crochê ou tricô enquanto assistia novela. À janela onde moro em Barbacena, Minas. A Saudade aumenta mais dos pais. Octogenários meus pais estão, morando no Recreio, Rio, no prédio da mana, a mais velha, Ana. Não posso vê-los com frequência por morar em Minas Gerais. Mas sempre que possível faço-lhes uma visita. Bom, em algumas ocasiões dessas “visita aos pais” ser recepcionado pelo “baião de dois” da minha mãe. Saudosa lembrança das férias escolares no encontro dos primos Isaias, Tininha, Nelinha e Gley na Barra da Tijuca. Saudosa lembrança do encontro dos padrinhos Orlando e Lia e dos tios na Barra da Tijuca e em Jacarepaguá. Saudosa troca de cartas com Tia Moema na infância. Naquela época não havia internet. As relações eram mais afetivas. Não havia a artificialidade dos tempos digitais. Saudade da Fazenda Clube Marapendi na Barra da Tijuca em que o “Vô Arimatéia” era diretor. Mas a menção “vô” carinhosamente era pelos cabelos brancos do “Vô Arimatéia” Não que fosse meu avô de fato. Tia Moema e Vô Arimatéia eram casados e já não estão mais entre nós ! Que Deus os tenha! Tia Moema pintando agora quadros a óleo perto de Deus. Vô Arimateia regando as rosas no jardim ao lado de Deus. Saudade dos filhos da Tia Moema e Vô Arimateia: Geórgia, Gláucia, Lia e Girlene. Lembrança do encontro de família no Sitio de Canequinha, Guapimirim, Rio. Sitio do saudoso tio Macedo, irmão da mãe. Que Deus o tenha ! Lembrança do passeio de carro com meus pais em Mar de Espanha, Minas visitando os tios Dudim e Bebe... Saudade dos filhos do Tio Dudim e Tia Bebé - Jane e Cleber. Saudade das visitas a familiares na Pavuna com meus pais – na mesma quadra moravam Vó Claide – mãe do meu pai. Que Deus a tenha! Moravam tio Zaneli na época que era casado com a saudosa e já falecida Tia Frasquinha. Saudade de minhas primas – filhas do Tio Zaneli e Frasquinha. Saudade da Tia Socorro e Tio "Toinho". Tia Socorro que ajudou a tomar conta de mim quando era criança. Saudade das filhas da Tia Socorro – Viviane e Tatiane. Saudade da Tia Rosa e Tio Adomar e de suas filhas Luana, Liliane e Lorena. Lembrança da excursão junto com pais ao SESC Mineiro em Grussaí, Campos, no Rio. Lembrança dos amigos das fases de colégios. Lembrança dos amigos do curso de Letras Ferlagos – Cabo Frio. Lembrança dos emblemáticos professores – ou melhor dizendo “Mentores para vida”. Lembrança cosmopolita dos lugares que morei no Rio: Nilópolis, Méier, Vaz Lobo, Araruama. Lembrança dos passeios, aventuras, dos desenhos, da coleção de gibis, dos bailes, festinhas e da “onda danceteria”. Saudade dos discos de vinil. Saudade da liberdade em desbravar “terras longínquas” de carro. Lembrança dos amores platônicos ... e mais tarde namoradas. “9 ½ Semanas de Amor” da vida real – incorporação Mickey Rourke-John Gray; várias Kim Bassinger no papel de Elisabethy - tudo era intenso, poético, sem pudores, verdadeiro... Emblemática frase de John Gray: “Eu me vi em você”. Lembrança dos primeiros poemas na máquina de escrever. Mas a grande alegria; depois de muitos anos da surpresa - não registrada em vídeo. Tal qual audiência dos Beatles com Elvis. Existiu. Mas não se tem registro. Só testemunho. Bondade a referência do saudoso amigo de infância de Vaz Lobo, Rio, Ricardo Franca de Gusmão: “ – Na nossa época ainda crianças, éramos diferentes das outras, éramos intelectuais, não havia internet, a opção de entretenimento era escrever e desenhar.” Alegria foi ouvir esse testemunho. As peças do quebra cabeça estão criando sentido agora. para meu autorretrato. Aquarela sem vida apresenta-se agora cores com contraste, brilho, intensidade, vida, nuance. Inverno se faz primavera. Dramalhão vira romance. Agora as peças se encaixam. A peça que ficou faltando e que depois de muitos anos pude resgatar. Saudade (não mais dolorosa) Saudade (sinônimo agora autoconhecimento) Saudade, saudade, saudade [ Resíduos de uma Saudade Original -Vaz lobo, RJ, 1985, aos 16 anos. Correção – Minas Gerais, MG, 28/06/2016, terça.