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MIL LÉGUAS - o livro

             Estúpida carne,

            Alma,

            Coração e

            Sentimento

            Na suposição de descobrir quem sou

            Caminho

                               Como?

            Para onde?

                               Pelo subterrâneo?

            A galope?

                               Asa delta?

            Bonde?

                               Pelo pensamento?

            Pormenores são banais

            Só sei que caminho

            Antes que ratos roam o mundo

            em decadência

            Caminho

                          Caminho

                                        Caminho

            Estúpida carne,

            Alma,

            Coração e

            Sentimento

            Respondas: - Haverão pedras no

            caminho?

            Caminho sem sabê-lo,

            Procuro talvez Rosas de Maio para

            adornar seus cabelos infinitos,

            Caminho mediante a sua imagem

            pura, idolatrada, venerada

            Talvez um retrato de família

            na parede,

            Ainda que amarelado

            Mas preso a sete chaves

            dentro do coração

            E o velho ditado diz:

            "O coração tem razões que a

            própria razão desconhece"

           E sua imagem é fé, e fé

           é um escudo e esse escudo

           remove montanhas,

           Meu corpo mecânico,

           minha alma estéril

           (Que importa?)

           Só sei que

           Caminho

                         Caminho

                                      Caminho

           Estúpida carne,

           Alma,

           Coração e

           Sentimento

           A Estrada é tão vasta que

           clama para alguém ir nela

           (e assim vou...)

           Vejo portas que se fecham

           e também corações

           E com ela também toda

           hipocrisia, toda injúria racial;

           Toda intolerância religiosa;

           toda forma de preconceito.

           Toda falta de solidariedade;

           Toda falta de gentileza.

           (Caminho. . .)

           Ouço o canto fúnebre das baleias

           antes do ataque de arpões,

           Baleias ? Pois sim.

           Na verdade pretexto.

           Um dos tantos

            ícones da luta do

           desenvolvimento sustentável

           e preservação do meio ambiente

           defendidos pelo Greenpeace.

           Quem fará impedir o

           Aquecimento global do planeta?

           O poeta, utiliza-se

           nesse momento,

           em sua oratória

           para fazer menção

           também a Chico Mendes;

           notário ativista politico

           e ambientalista brasileiro.

           Quantos “Chico Mendes”

           terão de ressuscitar para

           que o ideal da preservação

           do ecossistema do planeta

           se faça incutir definitivamente

           na cabeça dos governantes

           internacionais??

           (Não paro, caminho. . .)

           Vejo o Congresso impregnado

          de falsos messias,

          Republicanos,

          Líderes de sindicatos

          e estudantes de esquerda

          sendo anfitriões de grandes festas

          faraônicas tendo como convidados

          principais os mais prestigiados

          empresários do país,

          Cada qual com um copo de martini na mão,

          Brindando a volta da cassação dos

          poucos direitos que nos restam

          E os parlamentares presentes naquele

          imenso auditório batem palmas,

          Omissos a verdadeira situação do povo

          eles aderem extasiados a

          toda essa poça de lama,

          A todo esse jogo sujo que

          envolve o poder,

          Ao nível mais degradante

          daquilo que infelizmente

          deixou de existir

          que é a ética e a dignidade,

          Com o decoro parlamentar

          manchado sequer eles

          se lembram,

          Ou talvez até chegam a se importar

          em saber o que realmente está

          acontecendo com o povo,

          E no auditório do Congresso,

          No meio de um discurso solene,

          Um dos parlamentares mais afoitos

          curioso em saber por que está

           batendo palmas se levanta, sai de

           sua bancada,

           dirija-se a mesa do Presidente da

           sessão

           e lê no pensamento a seguinte medida

           provisória: “Decretado a partir dessa

           data o parlamento do suborno e da

           corrupção".

           (Tendo parar, é tarde, caminho. . .)

           Operação Lava Jato, Petrolão,

           Quantas operações ainda surgirão?

           Quantos grampos telefônicos

           dos gabinetes políticos

           serão noticiados

           vergonhosamente na TV

           Porque cortes nos serviços

           públicos na educação,

           saúde e segurança?

           Corrupção aumentando

           Impunidade neutralizada.

           Salário alto de políticos.

           Salário alto dos juízes.

           Quem de fato podemos confiar?

           Quem de fato nos representa?

           Quando se dará fim a armadura

           do fôro privilegiado ?

           (Pobre poeta !

           Pesado sim é seu fardo !

           pesado sim é sua cruz !

 

   Lutar sem remos no meio

   da correnteza da manipulação

   ideológica da mídia e dos meios

   de comunicação de vender falsas

   verdades para os Joãos da Silva

   que sequer tem o que comer,

   o que vestir e aonde morar.

   Pobre poeta !

   Difícil a arte de ser

   o porta voz,

   O porta voz do povo brasileiro,

   manifestar numa espécie de

   delação premiada

   Tudo que registrou

   De fora do convencional,

   Tudo que registrou

   De politicamente incorreto,

   Tudo aquilo que registrou

   De desumano ironicamente

   Das próprias relações humanas.

   (Tarde demais ! O câncer já se alastrou

   no gene do DNA do bicho-homem-politicus.

   Caminho...)

   Resta saber quem obteria

   lucro com a delação premiada

   do poeta. Mas quem iria escutar

   o que o poeta teria a falar.

   E por que o poeta estaria se punindo

   para pagar pelo erros alheios ?

   Há algo de errado em tudo isso.

   Uma verdadeira inversão de valores.

   Mesmo assim, caminha o

   pobre poeta....)

   Vejo o último dos poetas

   dar seu último sopro de vida,

   em face do ocorrido,

   anti-saudosistas cospem

   na sua lápide de mármore,

   ao lado do túmulo,

   na homenagem póstuma,

   para os imortais da literatura,

   daqueles que em vida,

   sempre acreditaram no amor,

   apesar de tudo

   (Teimo protestar, mas omiti de fazê-lo

   ou talvez assassinei a palavra.

   Caminho. . .)

   Vejo o Caos reinar,

   e diante dele o chão se abrir,

   e separar nossas Américas

   e devorar de uma vez as cidades e

   populações para dentro de um grande

   precipício que nunca acaba. . .

   Quantos ataques terroristas ainda existirão?

   Famílias inconsoláveis ainda choram por seus

   entes queridos do ataque ao World Trade Center

   em Nova York e nos ataques terroristas em Paris.

   Mas do Massacre sobreviveu uma Flor!

   Uma Herança do Velho Mundo.

   Mas uma mão vinda de não sei de onde

   arranca-a feroz, débil,

   com evidentes requintes

   de crueldade.

   (Os olhos do poeta numa estiagem secam-se

   de seu pranto lamentando-se do

   repugnante fato. Caminho. . .)

   O carioca poeta,

   radicalizado mineiro,

   Dom Quixote das Letras;

   Padeceu no anonimato

   com um fim irônico.

   Mas enfim, recompensador.

   Toda sua denúncia, todo seu apelo

   em busca de atenção

   para seu pobre versejar

   parece que teve um final

   satisfatório mesmo que às avessas,

   mesmo por linhas tortas.

   A notícia do boca-a-boca

   se espalhou nas redes sociais

   feito epidemia.

    - Morreu o poeta ?

    Incrédulos perguntaram

    seus amigos e familiares.

    O poeta apenas queria

    publicar seu livro.

    O poeta apenas queria patrocínio.

    O poeta apenas queria um editor.

    Acabou sendo seu próprio editor.

    O poeta quis que "Mil Léguas" virasse

    curta metragem ou peça teatro.

    O poeta deslumbrou a possibilidade

    de fornecer várias entrevistas e/ou

    seminários relatando as influências

    de quando começou a escrever

    desde quando era criança.

    Entrevistas até ocorreram

    Mas não teve o alcance

    que esperava.

    O poeta prestou homenagens

    a amigos, familiares ,

    professores do curso de letras

    e personagens do meio cultural

    e editorial em seu livro.

    “O poeta foi visto ontem.

    No meu espelho ele estava.

    Gritava enquanto eu sorria.

    Sorria quando eu gritava.

    Eu o assustava e ele me

    assustava.

    Quando percebi, já era tarde!

     A Simbiose já estava feita.

    Quando percebi, estava

    eu no espelho e

    o poeta, do lado de fora,

    olhava para mim...”

    (Na encruzilhada das  "Mil Léguas"

    Deus concedeu ao poeta

    sinais divinos para

    aliviar seus pés calejados..

    Deus concedeu ao poeta

    a força pela fé que precisava

    para suportar a dura caminhada...)

    O passo inevitável ocorreu.

    O passo da transição

    do plano terreno

    para o plano espiritual....

    Nessa passagem

    da alma se libertando do corpo,

    Lembrou o poeta

    De sua observação silenciosa

    e introspectiva,

    De sua saga jornalística,

    Habilidade pretensamente

    concedida por sua

    licenciatura em letras,

    Lembrou o poeta

    De sua busca desenfreada

    pelo flash preciso da

    crônica da vida real

    que teve oportunidade

    de presenciar.

    Descanse os olhos poeta;

    Testemunha ocular da

    miséria do povo brasileiro.

    Voz solitária no

    meio da multidão.

    Nosso poeta,

    atingiu As “Mil léguas”.

    Parou para descansar.

    Bálsamo recompensador

    teve pela surpresa

    em saber o que

    pacientemente

    estava a sua espera...

    Alcançado a eternidade,

    Já não mais nesse

    plano terreno

    Pode enfim;

    sentir o gosto da felicidade...

 

    Vaz Lobo, RJ, 30/01/84 aos 14 anos.

    Correção - Barbacena, Minas Gerais,

    26/06/2016 aos 47 anos.

 

 

                  Sobre "Mil Léguas"

 

 

 

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